Há 91 anos, em 1926, agricultores vindos do RS pela Companhia Sul Brasil, começavam construir suas residências onde hoje é a Linha Cascalho. O engenheiro Carlos Culmey liderava os grupos formados por famílias que vivem até hoje no município como: Otto, Daenecke, Trenepohl, Bortolanza, Lazzari, Maihack, Knapp entre outros.
O primeiro habitante Fernando Otto, construiu um grande rancho e depois uma casa de madeira onde abrigava os compradores de terra do Rio Grande do Sul. A maioria destes colonos eram descendentes de alemães e italianos. Na época a mata ainda não era habitada, apenas nas margens dos rios os madeireiros atuavam, roubando a madeira de lei. Na época das enchentes as melhores madeiras, como louro e cedro eram levados para a Argentina.
A primeira serraria foi construída em 1927 e a partir daí as primeiras moradias. Com isso também veio a primeira escola e o Hotel Otto. Uma das maiores dificuldades da época eram as pragas como mosquitos e formigas. Nos dias muito frios, como ainda não existiam botas de borracha, os adultos usavam tamancos para evitar o contato com o chão úmido. Em 19 de Julho de 1927 foi construído o primeiro fogão, feito de argila.
Em 1938, o distrito passou a chamar-se Passarinhos e, em 1947, foi denominado Palmitos. Desmembrada de Chapecó em 1953, a instalação oficial do novo município ocorreu em Março do ano seguinte.
Em 2 de março de 1954 Palmitos tornou-se município e teve o tenente Olavo Spaldin de Souza como prefeito nomeado pelo governo do Estado.
A explicação mais aceitável para a origem do nome Palmitos deve-se a existência de palmeiras no local. Existem palmeiras nativas da Mata Atlântica conhecidas como palmito como o Palmito-Jussara.
COLONIZAÇÃO
A colonização de palmitos iniciou-se em 1926, com a chegada dos primeiros colonizadores descendentes de alemães e italianos, vindos do Rio Grande do Sul. Desmembrada de Chapecó em 1953, a instalação do novo município ocorreu em março no ano seguinte.
Companhia Territorial Sul Brasil.
A Companhia Territorial Sul Brasil foi responsável pela colonização de parte da região Oeste de Santa Catarina. Para entender o processo de atuação da companhia, é necessário dizer que essa região esteve por muito tempo em disputa entre Portugal e Espanha, no período colonial, e mais tarde, no período das independências, a disputa continuou entre Brasil e Argentina. A posse da terra, durante este período, foi disputada entre índios e caboclos, fazendeiros e empresas colonizadoras.
Durante o século XVIII o Oeste Catarinense já havia sido ocupado pelas fazendas de criação de gado bovino. O governo imperial não demonstrava maior preocupação com o desenvolvimento sócio-econômico da região.
Quando chegaram as empresas colonizadoras a partir de 1917, a população residente no local estava reduzida a pequenos grupos e não representava ameaça as mesmas. Terra e madeira geravam lucros, assim a disputa entre as empresas colonizadoras foi acirrada e saia vencedor quem tinha maior influência junto ao governo do Estado.
As colonizadoras foram organizadas a partir da perspectiva de lucros a que o Oeste Catarinense acenava, através da venda de terras férteis e de maneira para a exportação.
A falta de experiência no setor obrigou as colonizadoras a contratarem pessoas que já haviam coordenado projetos de colonização, como foi o caso da Companhia Sul Brasil, que contratou para diretor geral Carlos Culmey.
As terras foram demarcadas para pequenas propriedades (20 a 35 hectares). Fizeram isso devido ao relevo acidentado de região, coberto de mato e que não interessava ao latifundiário. A colonizadora reservava seu direito de explorar a madeira. A Companhia Sul Brasil trouxe da Alemanha vários agrimensores que dividiram as terras em lotes coloniais, chácaras ou lotes urbanos. A distribuição dos colonos foi feita a partir de sua origem étnica e credo religioso. A Companhia Territorial Sul Brasil, Sociedade Anônima com sede em Porto Alegre Rio Grande do Sul, foi constituída em 23 de agosto de 1925. A escritura foi lavrada em 26 de agosto de 1925. Para colonizar era necessário ter bastante conhecimento e para dirigir a colonização de suas terras, a Companhia Sul Brasil investe no experiente Carlos Culmey, que começa a colonização em 1926 e vai até 1939, quando morre tragicamente.
As comunidades normalmente eram divididas por rios. Na falta de pontes, construíam pinguelas.
Para atrair colonos, a Companhia Sul Brasil fazia uma propaganda muito boa. Havia agentes propagandistas responsáveis pelo convencimento das pessoas, que ganhavam 10% pela venda do lote. Dinheiro pago pela Companhia.
Segundo os agentes, em Santa Catarina, tudo o que se plantava dava (como fumo, feijão, batatinha, milho, trigo, alfafa, amendoim, uvas, bananas, laranjas e outros produtos). A terra era boa e barata.
Formaram-se as comunidades por origem étnica e credo religioso, para evitar conflitos. Para Palmitos, vieram alemães evangélicos e para Caibi os italianos. Como chegaram muitos italianos em Caibi e o espaço destinado a eles era pequeno, muitos ficaram em Palmitos. Até os dias de hoje, Palmitos tem praticamente o mesmo numero de alemães e italianos.
Os católicos eram atendidos por padres de São Carlos e região e os evangélicos por um pastor vindo de Ijui. Nos primeiros tempos, construíram igrejas que também serviram de escolas, os alemães se preocupavam mais com a educação, já os italianos, preferiam ficar com os filhos em casa para trabalhar.
CARLOS CULMEY
Nasceu em 19 de junho de 1879, em Neuwied, na Rhenania. Aos 20 anos formou se Engenheiro Civil e aos 23 anos veio para o Brasil, retornando em seguida para a Alemanha para buscar sua noiva, Luise Von Michaleis, com quem se casou no Brasil. Ela e sua filha Tutz Culmey o acompanharam nas diferentes regiões onde esteve na frente de projetos colonizadores. Após entrar em conflito com os diretores da companhia, retornou para a Alemanha. Em junho de 1926, voltou ao Brasil a convite da Companhia Territorial Sul Brasil.
A colonização pelos europeus
Assim que chegavam pela primeira vez no futuro município de Palmitos, o próprio Carlos Culmey fazia questão de receber os imigrantes. A Companhia Sul Brasil possuía em linha Cascalho, sede do município, a casa do imigrante, local onde as famílias ficavam caso precisassem esperar a abertura de estradas “piquetes”, para chegar até suas terras.
Os alemães logo começaram a organizar comunidades e escolas, sempre preocupados com a educação dos filhos. Eram os pais que ajudavam a pagar o professor. O primeiro professor contratado pelos alemães foi Rudolpho W. Schreiner.
Entre os italianos, a escola chegou mais tarde, para eles o mais importante era comprar terras para os filhos homens e dar o enxoval para as filhas. Flávis Bondan Lazari foi a primeira professora dos italianos.
O desenvolvimento da comunidade foi bastante rápido. Membros da Companhia Sul Brasil descobriram em linha Taquarussu uma fonte de água mineral e fizeram investimentos. Pessoas com renda razoável, vindas do Rio Grande do Sul, começaram a frequentar o local, pois comentavam que a água mineral da linha Taquarussu era milagrosa.
Construíram um balneário e dois hotéis. Para atrair mais pessoas, Avelino Alves Triches, que mais tarde se tornou prefeito eleito de Palmitos, instalou em 1929, um gerador de energia elétrica. Instalou também um telefone por fio, uma linha que saia de Taquarussu, passava por linha Cascalho que era sede do município, e ia para Mondai.
Em 1938 a sede do município passou a ser Passarinhos. Em 1947, novamente a sede do município é transferida. Desta vez foi para o centro do município, e passou a se chamar Palmitos, assim chamado devido a existência de muitos coqueiros.
Pela lei n° 133 de 30 dezembro de 1953, e instalação ocorrida em 02 de março de 1954, Palmitos tornou-se município. O governo do Estado nomeou provisoriamente o tenente Olavo Spaldin de Souza como prefeito.
Em 03 de outubro de 1954, foi eleito o prefeito Avelino Alves Triches, comerciante de madeira, amigo de Carlos Culmey e um dos colaboradores da Companhia Sul Brasil. Também foi eleita a primeira Câmara de Vereadores, composta de sete vereadores.
AS BALSAS
A madeira foi uma das primeiras atividades econômicas da região Oeste. Com os meios de transporte da época era difícil transportar a madeira até a Argentina para ser comercializada. A solução foi o transporte por balsa.
As balsas grandes com mais de 500 vigas, denominavam se remorques e só podiam descer o rio puxadas por lanchas a motor.
As balsas menores eram conduzidas a remos por remadores muito habilidosos.
Sobre as balsas arrumava se o rancho, o qual às vezes desaparecia no rodopio das corredeiras. A viagem seguia sem paradas para descanso. Até os portos fluviais da Argentina levava se, de cinco a oito dias de viagem.
Era necessário a boa alimentação para ter forças para o trabalho pesado, a qual era preparada sobre a balsa.
O maior temor dos balseiros era passar pelo Salto Grande do Uruguai, hoje conhecido como Salto do Yucumã.
Para passar este salto, o rio deveria estar no mínimo a 6m acima de seu nível.
Palmitos comemorou em março deste ano (2013) 59 anos de emancipação político-administrativa e 87 de colonização. Mas sua historia é bem mais antiga e começa
no longínquo ano de 1641, quando o Oeste de Santa Catarina passou a ser conhecido pelos colonizadores europeus.
Foi nesse ano que passou por aqui o primeiro grupo de bandeirantes paulistas que estavam a caminho do Rio Grande do Sul.
No começo, eram os indígenas que dominavam a região. A população nativa que teve presença maior foi a dos índios Kaigangs.
A falta de dados dificulta um quadro antropológico e demográfico mais preciso dessa população indígena.
De forma esporádica também vieram habitar essa região, índios guaranis.