Palmitos está entre os municípios com maior infestação do mosquito da dengue

Não deixar água parada em latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, sacos plásticos, lixeiras, caixas d’água, tambores e cisternas, são algumas das dicas para a não proliferação do mosquito da dengue. Porém, o papo clichê das campanhas de conscientização contra o transmissor não tem alertado o bastante a população palmitense, tanto que a cada semana tem aumentando o número de foco do mosquito no município. Segundo o relatório da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), até o momento são 41 focos do Aedes Aegypti (dengue) e 737 focos para o Aedes Albopictus, transmissor da febre da Chikungunya. 

De acordo com a responsável pelo controle de zoonoses e endemias de Palmitos, Marlei Schlosser, o município está na lista dos locais com maior número de infestação do mosquito da dengue no Estado. Essa constatação foi possível devido ao Levantamento do Índice Rápido (Lira), que está sendo realizado nos imóveis palmitenses. A lista é completada pelos municípios de Balneário Camboriú, Chapecó, Coronel Freitas, Guarujá do Sul, Guatambu, Itajaí, Itapema, Joinville, Passo de Torres, Pinhalzinho, Planalto Alegre, São Miguel do Oeste, Serra Alta, Xanxerê e Xaxim.

            Marlei explica que o estado de infestação acontece quando há a reincidência de um foco num mesmo local. “Quando um foco é encontrado eu faço uma delimitação de 300 metros, dentro dessa delimitação são vistoriadas todas as casas, depois de uma semana eu volto nesse mesmo local e se mantiver por três ou quatro vezes o criadouro é considerado estado de infestação”, exemplifica. Conforme a agente, os locais com maior índice de reincidência são os bairros: Aurora, Resener, Nossa Senhora do Rosário e Cristo Rei, além desses o centro da cidade também está incluso.  Até o momento 3.378 imóveis foram vistoriados, equivalente a 60%.

FALTA INFORMAÇÃO?

 

Apesar das diversas campanhas realizadas pelo Ministério da Saúde e Secretarias Municipais para informar a população, os focos e até casos de dengue tem aumentado na região. Em Chapecó, segundo a Administração Municipal, há seis casos de dengue contraídos no município. Os resultados dos exames foram confirmados pelo Laboratório Central de Saúde Pública, em Florianópolis.

Quando questionada pela reportagem o motivo desse aumento de focos em Palmitos, ela acredita que o primeiro ponto é a proximidade com Chapecó, pois é o local de maior incidência de focos, e a outra questão é a velha história das boas práticas para não deixar a água parada. “Nas casas onde estou visitando as pessoas ainda não estão conscientes, não sei o que falta, pois informação tem, acredito que é preciso arregaçar as mangas, se todos fizessem as suas partes não haveria tantos focos”, enfatiza.

Marlei frisa que se mais pessoas estivessem envolvidas, mais pontos de criadouros seriam encontrados no município. Por isso que agora as agentes de saúde também vão auxiliar na divulgação por meio de folders explicativos e entrando nas casas para detectar possíveis focos dos dois mosquitos.

Além disso, Marlei conta que palestras vão ser realizadas nas comunidades para explicar à problemática e outdoors vão ser instalados na cidade para conscientização. “O Setor de Zoonoses e Endemias está em constante trabalho de prevenção, pois esta é a principal forma de evitar a proliferação de focos. Pedimos à população que entre em contato com o setor através do telefone 3647-2295 ou com a agente de Endemias”, finaliza.

 

Bióloga confirma gravidade

 

Conforme a bióloga da Secretaria de Estado da Saúde, Débora da Costa, a infestação do mosquito é uma realidade da maioria dos municípios da regional de saúde de Chapecó. “São 21 municípios com focos, e desses, sete já estão infestados, inclusive Palmitos. A nossa maior problemática é nas residências, pois ali é necessário que o vetor seja efetivo”, expõe.

Ela acrescenta que a ênfase no momento deve ser dada ao Aedes Aegypti, devido à presença da doença na região. “Ainda não há registros da transmissão da febre do mosquito da chikungunya no Brasil, então, esse não é o principal problema. Já o aumento considerável do número de focos da dengue é algo que nos preocupa muito”, argumenta.

Débora cita a importância da população no combate, realizando pelo menos uma vez por semana uma observação do pátio, para ver se não há depósito de água. “Veja se a caixa d’água não está aberta, se a cisterna está bem adequada, é necessário higienizar duas vezes por semana o potinho de água dos animais domésticos, fazer esguichamento duas vezes por semana das folhas das bromélias, essas são algumas ações simples, mas que fazer a diferença”, finaliza.

Texto de Darlei Lottermann

Publicado em: Jornal Expresso D’Oeste

 

Ediane Zanella

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