Audiência Pública debate situação da UDESC em Palmitos

Na quinta-feira, 14 de maio, a comunidade palmitense marcou grande presença no Centro de Idosos Esperança, para debater a situação da UDESC em Palmitos em Audiência Pública, através da Comissão de Constituição e Justiça, e com o apoio dos deputados Mauro De Nadal – PMDB (presidente da Comissão de Constituição e Justiça), Luciane Carminatti – PT(vice-presidente de Educação, Cultura e Desporto de Santa Catarina), e Marcos Vieira – PSDB (presidente da Comissão de Finanças e Tributação). O reitor da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, Antonio Heronaldo de Souza também esteve presente, e falou sobre a posição da Universidade em relação à saída do curso de enfermagem, e da possibilidade da vinda ou não de um curso de direito presencial no campus de Palmitos.

Apesar de a comunidade palmitense contar com uma unidade da UDESC, não é oferecido nenhum curso superior presencial no campus, o que se tornou um problema do ponto de vista dos palmitenses. A prefeitura cedeu o terreno, construiu o prédio em parceria com o Governo do Estado, e em 2004, o prédio passou a ser campus da UDESC, onde passou a funcionar o curso de enfermagem que, oito anos depois, foi transferido para Chapecó. Então, a instituição passou a manter no campus apenas o curso de Tecnologia em Produção Moveleira que, de acordo com o reitor Antonio, será desativado após a formação da primeira turma, que ocorre no fim do ano.

Hoje, além do curso de Tecnologia em Produção Moveleira, a UDESC oferece apenas um curso de pedagogia semi-presencial. Para discutir o problema, a Assembleia Legislativa promoveu a Audiência Pública em Palmitos. Os planos da UDESC para o município a partir de agora incluem cursos superiores semi-presenciais, e não presenciais, de acordo com a necessidade que a comunidade palmitense expõe.

A comunidade compareceu à Audiência para reivindicar um curso de direito presencial de cinco anos já a partir de 2016. Os palmitenses alegam que a maioria dos jovens sofre para se deslocar até outros municípios para estudar, sem contar que muitas pessoas investiram na criação de estrutura para receber estudantes de toda a região, a qual está ociosa, pois os palmitenses não tem mais para quem alugar.

Durante a Audiência, o prefeito de Palmitos Norberto Paulo Gonzatti, e o presidente da Câmara de Vereadores de Palmitos Rineldo Domingos Perin, entregaram um documento para o reitor da UDESC Antonio Heronaldo, pedindo urgência na solução da situação.

De acordo com o prefeito de Palmitos, Norberto Paulo Gonzatti, uma pesquisa foi realizada na cidade, e aponta que a necessidade do curso de direito no município pode ser suprida, pois há demanda para tal. “A composição da Região Oeste de Santa Catarina mais a Região Norte do Rio Grande do Sul soma cerca de 120 mil habitantes, e, por regra da OAB, dentro de um raio de 100 mil habitantes há a possibilidade de instalação de um curso de direito, ou seja, temos chance”, explica o prefeito. Norberto ainda comentou sobre a união dos municípios da Região Oeste para a implantação do curso.

Já o presidente da Câmara de Vereadores, Rineldo Perin, expressou o apoio a reivindicação da comunidade palmitense em relação a um curso presencial no município, e não semi-presencial, como a UDESC já oferece. “Um curso presencial valorizará nosso município, que tem grande importância no Estado. Merecemos um curso presencial e de qualidade, e vamos lutar para que isso ocorra”, comenta com entusiasmo o presidente.

Sobre a saída do curso de enfermagem, o reitor Antonio explicou que o curso só deixou o município por exigência do Conselho Federal de Enfermagem, que alegou falta de local para estágio, o que impossibilitou a permanência do mesmo em Palmitos. Quanto ao curso de direito, ele garantiu que a resposta sai ainda no mês de maio.

Durante a Audiência, os deputados defenderam a interiorização do ensino superior. O deputado Marcos Vieira comentou sobre a demora da vinda da UDESC para o Oeste e da grande quantidade de cursos agrupados na capital do Estado. “A UDESC levou quase 40 anos pra sair do Litoral e se instalar no Oeste, e Palmitos merece um curso presencial, por contribuir com a economia do Estado”, disse o deputado.

A deputada Luciane pediu uma atenção especial da reitoria para o município quanto a situação, e exigiu urgência na decisão da implantação do curso de direito. “Nossa região tem o direito de ter uma universidade pública da grandeza que a UDESC possui, pois a capital do Estado já não comporta mais cursos do que já tem”, comentou Luciane.

O secretário Regional da 29ª SDR de Palmitos, Mauro Alceu Peiter, na ocasião representando o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, comentou sobre a força que a comunidade palmitense possui, e afirmou apoiar a situação, em prol da valorização regional.

Ao fim da audiência, os deputados garantiram que acompanharão de perto o processo de negociação para a criação do curso de direito em Palmitos. O deputado Mauro explicou como será o processo. “A partir desta Audiência, o encaminhamento que a Assembleia Legislativa toma, é o de sensibilizar a reitoria da necessidade que a comunidade palmitense expressa, e fazer encaminhamentos no Executivo Estadual, pois se o problema for financeiro, que seja resolvido, para que uma região tão forte e produtiva como o Oeste de Santa Catarina tenha essa participação efetiva da UDESC com cursos que condizem com a vontade e necessidade desta região”, afirmou Mauro.

 

Texto: Jhulia Dahmer

 

 

Ediane Zanella

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