Sete de Setembro: Palmitos realiza momento cívico e homenagem do ano

No dia sete de setembro o município de Palmitos realizou um evento simbólico em honra à Pátria Brasileira. A solenidade com pronunciamento de autoridades e momento cívico iniciou às 08h00min na Praça Carlos Culmey. Muitas autoridades e representantes de instituições participaram deste primeiro momento.

Após o hasteamento das bandeiras e a interpretação do Hino Brasileiro, pelos alunos da Casa da Cultura Jean Tremarin e Isabella Pifer, foi realizado o momento das falas das autoridades.

O Prefeito de Palmitos, Norberto Paulo Gonzatti, salientou que este é um momento de reflexão e de lembrar-se da história e daqueles que lutaram para que nosso país se desenvolvesse. “O Brasil tornou-se uma nação independente no dia 7 de setembro de 1822. Não é apenas neste dia, entretanto, que devemos lembrar que nossa pátria é independente. Nossa independência é algo para ser lembrado todos os dias, porque ser independente é ter a capacidade de criação e manutenção da própria constituição, do próprio ordenamento jurídico e da própria capacidade” declarou Gonzatti.

A secretária de Educação, Cultura e Esporte, Darlise Vaccarin Fadanni agradeceu, em sua fala, a todos os colaboradores: “primeiramente a Deus, à Administração Municipal, escolas, Corpo de Bombeiros, escoteiros, autoridades religiosas, equipe de trabalho e à comunidade por se envolver e acolher este evento”.

O diretor geral da Secretaria de Desenvolvimento Regional de Palmitos, Claudemir Felchicher e o presidente da Câmara de Vereadores Astir Brückman, também se pronunciaram desejando um ótimo desfile às entidades e enaltecendo o sentido desta data.

 

História do “Sete de setembro”

 

No dia 7 de setembro de 1822, o príncipe-regente Dom Pedro proclamou, às margens do Rio Ipiranga, o Brasil como independente de Portugal, tornando-se o primeiro imperador brasileiro. O Brasil passou a ser uma monarquia, uma forma de governo em que os poderes são exercidos pelo imperador ou rei.

Conforme a pedagoga Jessyca Moreira Borba, em maio de 1822 foi estabelecido o Cumpra-se, decreto pelo qual as ordens de Portugal só seriam executadas dentro do território brasileiro com a autorização do príncipe regente.

 

Homenageado do ano

 

A Administração Municipal homenageia, a cada Sete de Setembro, uma personalidade que ajudou a construir a história de Palmitos. Em 2014 foi a vez de Egon Resener, que marcou presença no dia sete e, acompanhado pelas filhas, assistiu ao desfile. O senhor, de 89 anos, também recebeu uma placa em homenagem a seus feitos neste município. A seguir confira um resumo de sua história.

 

                Egon Resener nasceu aos 17 dias de dezembro de 1924, na Linha Ibirubá, hoje município, no Rio Grande do Sul. Filho de ferreiro seguiu a profissão do pai por 41 anos, junto de alguns dos seus oito irmãos.

Em 1931 a família Resener veio para Palmitos em busca de melhorias de vida, na época o jovem Egon atingia seus sete anos. Ao chegar, instalaram a ferraria e construíram a casa ao no terreno, hoje ocupado pelo Mercado Valdameri, na Rua Independência.

                Aos 18 anos Egon foi para Panambi trabalhar com ferreiro e na sequência foi servir ao exército, em Cruz Alta, no Regimento de Artilharia Montada. Passado um ano regressou a Palmitos e continuou trabalhando no negócio da família, fabricando carroças, diligências, enxadas, foices e facões, além de consertos em geral.

                Nesta época Egon frequentava o grupo da juventude, com encontros na Linha Santo Antão. Neste local conheceu sua esposa, Lili Simm (falecida há 5 anos). O casal namorou por um ano e nas visitas que Egon fazia a sua amada, conta que precisava atravessar um atalho com mata densa, e era muitas vezes acompanhado por um leão baio. Mas não tinha medo, pois lembrava-se do que a mãe dizia: “certa vez levei o bebê Egon dentro do cesto junto até o rio para lavar roupas e de repente um leão baio estava muito perto dele. Quando olhei melhor, ele protegia meu filho, de uma onça feroz” lembra Egon. Então, nas noites enluaradas, ao visitar a namorada, Egon via por entre as árvores seu amigo leão baio a lhe acompanhar. História que seu futuro sogro não acreditava, até ver com os próprios olhos.

                Egon e Lili casaram-se em 21 de abril de 1950 e firmaram moradia onde Egon reside até hoje, na Rua Dom Pedro II. O casal teve quatro filhas: Marli, Marlene, Marluce e Marlise. A família prosseguiu com quatro netos e mais quatro bisnetos. Depois de casado, Egon e seu irmão Helmut continuaram tocando o negócio com a ajuda do pai na ferraria e Lili cuidava da casa e dos filhos além de ser excelente costureira. 

                A primeira casa era de madeira. Nos anos 60 a jovem família quisera construir outra, de alvenaria. Para tanto, viveram por dois anos no galpão da família, com uma parede dividindo os aposentos da família do recanto dos animais. “Mas a vida era muito boa” exclama Egon.

Egon Resener viu Palmitos nascer e dar os primeiros passos. Conta que no começo avistava veados tomar água no córrego perto de sua casa. Pela falta de doces e compotas, o alimento passado no pão era a banana de bugre amassada. E junto de seus irmãos e amigos, montou o primeiro time de futebol do município, cujo encontro era, onde hoje está a Praça Carlos Culmey. A diversão na época era alugar – escondido do pai – o cavalo da família, para competições de corrida. O que rendia “um patacão”, o equivalente a dois reais, por empréstimo.

                Entre seus feitos Egon foi presidente, na década de 60, da Escola Particular Duque de Caxias, local onde hoje se encontra o CCE. Participou ativamente e por duas vezes foi diretor do Hospital, hoje Regional, de Palmitos. E também presidente regional da Comunidade Evangélica.

                Ferreiro aposentado, hoje aos 89 anos o senhor Egon gosta muito de dançar e participa do Grupo de Idosos Esperança. Participa das festas das comunidades e é disputado pelas damas na hora do baile. Quando está por casa, passa o dia cuidando do pátio de quase 5.000 m2, de onde tira grande parte de seus alimentos. Quando questionado sobre sua longevidade e saúde, Egon diz que o trabalho é o segredo do sucesso e só faz bem. Além disso a alimentação regrada, saboreada vagarosamente com horários definidos, dormir e acordar cedo, fazem deste senhor um atleta da terceira idade, muito alegre e receptivo com a vida”.

 

            Após a homenagem as autoridades foram convidadas a permanecer no palco e acompanhar o Desfile de Sete de Setembro.

 

Ediane Zanella

Departamento de Jornalismo e Marketing – Helfer Comunicação

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